19 de dezembro de 2010

A princípio

"De norte a sul, de leste a oeste, todo mundo quer ser feliz.

Não é tarefa das mais fáceis. A princípio, bastar ter saúde, dinheiro e amor, o que já é um pacote louvável, mas os nossos desejos são ainda mais complexos.


Não basta que a gente esteja sem febre: queremos, além de saúde, ser magérrimos, sarados, irresistíveis.

Dinheiro? Não basta termos para pagar o aluguer, a comida e o cinema: queremos a piscina olímpica, as saidas á noite e uma temporada num spa cinco estrelas.
Quem tem dinheiro, precisa aproveitá-lo, gastá-lo, usufruí-lo. Não perder tempo juntando, juntando, juntando. Apenas o suficiente para se sentir seguro, mas não aprisionado. E se nos temos pouco, é com esse pouco que vamos tentar segurar a onda, buscando coisas que saiam de graça, como um pouco de humor, um pouco de fé e um pouco de criatividade.

E quanto ao amor? Ah, o amor... não basta termos alguém com quem podemos conversar, dividir uma pizza e fazer sexo de vez em quando. Isso é pensar pequeno: queremos AMOR, todinho maiúsculo. Queremos estar apaixonadíssimos, queremos ser surpreendidos por declarações e presentes inesperados, queremos jantar à luz de velas de segunda a domingo, queremos sexo selvagem e diário, queremos ser felizes assim e não de outro jeito.
É o que dá ver tanta televisão. Simplesmente esquecemos de tentar ser felizes de uma forma mais realista. Ter um parceiro constante, não é sinónimo de felicidade. Podemos ser felizes solteiros, felizes com uns romances ocasionais, felizes com parceiros, felizes sem nenhum. Não existe amor minúsculo, principalmente quando se trata de amor-próprio.

A vida não é um jogo onde só quem testa os seus limites é que leva o prêmio. Não sejamos vítimas ingênuas desta tal competitividade. Se a meta está alta demais, reduza-a. Se não está de acordo com as regras, demita-se. Invente seu próprio jogo."
MARTHA MEDEIROS

1 comentário:

Your opinion makes me grow.